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A orelha de abano pode levar ao bullying?

Dados apresentados pela Sociedade Americana de Cirurgia Plástica mostram que o número de cirurgias para a correção da orelha de abano realizadas em crianças e adolescentes na última década aumentou em 30%. Alguns especialistas sugerem que o bullying pode ter contribuído para a maior procura nesse tipo de cirurgia.

O bullying é uma situação de agressão repetida a um indivíduo ou grupo, podendo ser física ou psicológica, que pode causar dor e sofrimento.

A orelha de abano corresponde a malformação mais comum do pavilhão auricular e pode já estar presente ao nascimento. A criança com orelha de abano muitas vezes passa a sofrer bullying em idade escolar, período em que seu convívio social se expande e novos relacionamentos são iniciados fora do ambiente familiar. O bullying pode levar a depressão, diminuição da autoestima e até queda na capacidade de concentração e rendimento escolar.

A cirurgia plástica para a correção da orelha de abano denomina-se otoplastia. O procedimento pode ser feito sob anestesia local e sedação ou anestesia geral e tem duração média de 90 minutos. Não há necessidade de internação hospitalar e o paciente recebe alta no mesmo dia. Em uma semana a criança já pode retornar para a escola, porém sem realizar aulas de educação física, até completar um mês de cirurgia.

A otoplastia pode ser realizada a partir dos 5 anos de idade. No entanto, a decisão do momento ideal da cirurgia deve ser tomada em conjunto entre a família e o cirurgião. Porém, quando há manifestação da criança, essa deve ser respeitada, pois quando a própria criança demostra desejo em corrigir as orelhas em abano, sabe-se que o pós-operatório será mais tranquilo e a aderência às recomendações pós-operatórias serão respeitadas pelo paciente.

Apesar da otoplastia corrigir a orelha de abano, o procedimento não deve ser motivado exclusivamente por agressões repetidas (o bullying), já que esse comportamento do agressor pode continuar com foco em outra situação. A decisão da cirurgia deve levar em conta o bem-estar do paciente, de uma maneira geral, e não apenas um ou outro acontecimento no seu relacionamento social.

Dr Fabrício Ribeiro: