A gestação promove uma série de alterações no corpo da mulher, tanto físicas quanto psicológicas. Todas elas, são decorrentes de uma mudança na produção dos hormônios femininos e do crescimento do útero gravídico. As principais alterações observadas na gestação são:
- Sistema circulatório: Ocorre um aumento no volume sanguíneo de aproximadamente 50%, decorrente de retenção hídrica. A capacidade do coração bombear sangue (débito cardíaco) aumenta, decorrente tanto ao aumento do volume sanguíneo, quanto pelo aumento da freqüência cardíaca. Essas alterações têm o objetivo de fornecer mais nutrientes e oxigênio para o útero .
- Rins: Devido ao aumento do volume circulatório ocorre um aumento da função dos rins, estimando-se que no final da gestação os rins tenham uma capacidade 50 % maior.
- Pulmões: As alterações pulmonares ocorrem devido ao crescimento do útero gravídico e da elevação da progesterona. A gestante tende a respirar mais rápido e mais profundo, isso para melhorar a ventilação e fornecer mais oxigênio para o feto. Ocorre ainda aumento do diâmetro torácico.
- Sistema digestivo: Com o aumento do útero, ocorre uma mudança na posição dos órgãos do sistema digestivo dentro da cavidade abdominal. Esse fato, associado ao aumento da progesterona, leva a uma diminuição dos movimentos intestinais, favorecendo a constipação. Ainda devido ao relaxamento do esfíncter gastroesofágico, pode ocorrer refluxo, azia e eructações.
- Pele: Pode-se observar manchas na pele, uma pigmentação característica na face denominada cloasma. As aréolas podem se tornar mais escuras e ainda observa-se uma linha escura no meio do abdome.
- Hipercoagulabilidade: Durante a gestação o sistema de coagulação encontra-se com sua função aumentada, o organismo da mulher estará se preparando para um sangramento durante o parto. Assim, na gestação e no puerpério há um maior risco de trombose.
Essas são apenas as principais alterações fisiológicas que ocorrem durante o período de gestação. Para a realização da cirurgia de lipoaspiração é necessário uma intervalo mínimo de 6 a 9 meses para que o organismo se restabeleça após o parto.
Uma lipoaspiração precoce, além de apresentar chances de não ter um resultado satisfatório, existe uma maior chance de complicações, principalmente as tromboembólicas, devido ao estado de hipercoagulabilidade.
Além das condições clínicas relacionadas ao pós parto, ainda existem outros fatores relacionados aos cuidados com o bebê. Uma lipoaspiração demanda repouso. O período de recuperação irá depender da extensão da lipoaspiração realizada. Esse fato irá demandar uma organização e pessoas para ajudar a paciente no pós operatório.
Outro ponto é a intenção de ter outros filhos. O aconselhável é realizar qualquer tipo de cirurgia plástica de contorno corporal apenas após ter prole constituída, já que uma nova gestação após a lipoaspiração certamente levará a uma perda variável do resultado.
Assim, não é recomendado a realização de lipoaspiração ou qualquer outro tipo de cirurgia plástica estética antes de 6 MESES do pós parto.