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Os cuidados com o implante capilar

A cirurgia de transplante capilar tem se tornado cada vez mais comum atualmente, mas você já parou pra pensar em como funciona o processo, quais cuidados devem ser tomados e como são os resultados após o procedimento ? Este artigo é justamente pra desmistificar algumas coisas em relação a esse processo, e dar algumas dicas de cuidado para o pós-operatório e para o período posterior à adaptação.

O transplante capilar consiste em uma cirurgia em que os folículos pilosos são retirados e uma região e utilizados para preencher uma área calva. O procedimento foi verdadeiramente consolidado por volta dos anos 80, onde foram estabelecidas as técnicas e padrões para a realização das cirurgias, que inclusive foram elaboradas por um médico brasileiro.

Alguns se questionam sobre os resultados da cirurgia. Podemos afirmar com todas as letras que são naturais e, apesar de já ter sofrido diversas alterações ao longo dos anos, atualmente está aperfeiçoado e é o segundo mais realizado no segmento das cirurgias plásticas masculinas, perdendo apenas para os procedimentos de lipoaspiração.

Dúvidas frequentes

As dúvidas de quem pretende fazer o transplante capilar – ou mesmo daqueles mais curiosos, que sempre procuram mais informações sobre o procedimento – geralmente se restringem a alguns aspectos principais, como o valor de uma cirurgia, as condições em que uma pessoa precisa estar para realizá-la e como o procedimento funciona de maneira mais clara.

O preço do processo é pouco divulgado antes de a pessoa fazer um acompanhamento com o profissional responsável e realmente se decidir a realizar o implante. O valor, no entanto, varia entre 7 e 42 mil reais, dependendo de diversos fatores acerca do processo. A faixa de preços é tão variada porque o procedimento depende de diversos fatores, como o tamanho da área que deve ser coberta pelo implante, a quantidade de médicos que atuará no processo, entre outros.

Os planos de saúde geralmente não arcam com as despesas da cirurgia, por tratar-se de um procedimento exclusivamente estético, o que pode gerar mais um aperto na hora de contratar os serviços ou pensar em realizar o procedimento.

A cirurgia de transplante capilar pode ser realizada por praticamente todas as pessoas que sofrem com a calvície, homens e mulheres. Pessoas com complicações de saúde – como diabéticos, hipertensos e outros – também não têm restrições em relação à cirurgia, precisando apenas de um acompanhamento mais de perto por parte dos anestesistas e do cirurgião responsável pelo procedimento.

As restrições à realização do procedimento existem para aqueles que de alguma forma não têm condições de doar uma quantidade suficiente de cabelo para a implantação. De acordo com alguns dados acerca da doação, implante e transplante de cabelos, 5% dos homens calvos não podem realizar o procedimento por, possuírem uma área menor que a necessária para a suplantação dos fios.

Ainda que a cirurgia não seja negada em casos como este, ela pode ser pouco eficaz e culminar em resultados insatisfatórios para a configuração estética do paciente. Para que o procedimento seja altamente eficaz e traga bons resultados, é importante que o paciente possua uma boa quantidade de fios na área doadora.

Muitos também se perguntam se é possível que o transplante ocorra de uma pessoa para a outra, principalmente quem não possui em seu próprio corpo uma área doadora suficiente. A resposta, infelizmente, é não. Caso fosse realizado haveria rejeição e o paciente perderia todo o resultado.

O procedimento

Existem dois métodos de transplante capilar. O primeiro é o FUT ( folicular unit transplantation ), que consiste na retirada de uma faixa de couro cabeludo da região posterior da cabeça. Em seguida , uma equipe especializada faz a separação das unidades foliculares com auxílio de microscópios. A medida que as unidades foliculares são preparadas as unidades são simultaneamente transplantadas na área receptora.

Já a técnica FUE ( folicular unit extraction ) consiste na utilização de um bisturi especial chamado punch. Esse instrumento redondo e tem 0,8 mm a 1 mm de diâmetro. Cada folículo é extraído um a um e desse modo, não há cicatriz linear como na técnica FUT. As cicatrizes são puntiformes e praticamente imperceptíveis.

Os cuidados no pós-operatório

O tratamento é completo apenas quando o pós-operatório é realizado de maneira adequada e seguindo muito bem as instruções. Um pós-operatório mal feito pode complicar todo o procedimento já realizado, comprometendo não apenas a estética do transplante capilar, mas a própria saúde do paciente, podendo causar inflamações, alergias e outras complicações.

Separamos algumas dicas essenciais para o pós-operatório – sugestões indicadas por profissionais da área e alguns truques de cuidado de quem já passou pelo procedimento e aprendeu algumas coisas importantes.

Em primeiro lugar, é importante dar tempo ao tempo. Não acelere o processo de recuperação e tenha em mente que as etapas precisam ser cumpridas para que a recuperação não prejudique o seu bem estar no futuro. Por isso, não deixe de comparecer às sessões de retorno à clínica que realizou o procedimento, para a lavagem adequada e remoção dos curativos. É muito importante que os pacientes não tentem retirar as faixas e curativos por si mesmos, pois isso pode trazer diversas complicações à área que sofreu alterações.

Durante os primeiros dias do pós-operatório evite movimentos muito bruscos com a cabeça e atividades que necessitem de tensão e concentração na região facial. Deite com a cabeça o mais elevada possível, utilizando dois travesseiros ou um triângulo; e também não dirija durante algum tempo após a cirurgia.

É normal que alguns fios comecem a cair num primeiro momento e que o seu couro cabeludo passe a liberar crostas originárias da área implantada. A dica é lavar diariamente o cabelo com o shampoo indicado pelo médico especialista ou pela clínica em que você realizou o transplante. Isso ajudará a manter a área limpa e bem higienizada e não permitirá que infecções atinjam o seu couro cabeludo.

Evite comer alimentos fortes como crustáceos, frutos do mar e carne de porco, pois podem causar alergias com mais facilidade. Além disso, não beba nem fume durante as semanas posteriores ao procedimento, para evitar que sejam geradas reações químicas entre tais produtos e os remédios pós-operatórios que estejam sendo tomados.

Não se assuste se a região ficar inchada e dolorida por algum tempo, isso é uma reação extremamente normal em uma área que sofreu alterações.

Para realizar o procedimento, procure um profissional confiável e competente, que te apresente todos os riscos e benefícios da cirurgia e consiga sanar suas dúvidas acerca do procedimento. Um profissional bem capacitado é o primeiro passo pra se ter um resultado de sucesso.

Dr Fabrício Ribeiro: