As curiosidades capilares da época da Família Real

A história dos cabelos é marcada por diversas curiosidades, e moda e estética sempre estiveram ligadas a ela. Não é diferente ao olhar o passado do Brasil, em especial o episódio da chegada da família real à então colônia, fugindo do avanço napoleônico na Europa. Já é sabido que a vinda da corte real portuguesa trouxe consigo diversas mudanças por essas terras, que vão desde as políticas e administrativas até influências culturais das mais diversas.

O moda das mulheres carecas

Essa onda europeia invadiu até mesmo os cabelos da aristocracia brasileira. Ao desembarcar no Rio de Janeiro, Carlota Joaquina, esposa de D. João, suas filhas e diversas damas da corte chegaram com a cabeça raspada ou o cabelo bem curto. Muitas delas cobriam a cabeça com turbantes e o fato gerou muita curiosidade das mulheres da sociedade carioca. Como eram referência de elegância e sofisticação vindas de Portugal, logo foram copiadas por essas mulheres, que não hesitaram em logo raspar suas cabeças.

Poucos dias depois, já eram vistas exibindo sua ausência de cabeleira com orgulho pelas ruas da cidade. Entretanto, a moda peculiar tinha uma outra explicação, muito menos glamurosa. O fato é que, devido a uma infestação de piolhos nas embarcações que traziam os membros da corte, as mulheres que viajavam a bordo tiveram que raspar seus cabelos. Como solução para remediar a aparência, algumas delas colocavam turbantes para cobrir a cabeça.

A anedota histórica demonstra tanto o espírito da população brasileira da época, que colocava o país colonizador como centro da difusão cultural, quanto do poder e influência que a moda exercia e ainda exerce sobre as pessoas. A aparência, mais do que um artifício, esteve sempre ligada aos padrões sociais e afeta diretamente o psicológico das mais diversas pessoas. O episódio é contado pelo autor Laurentino Gomes em seu livro “1808”.

Mulheres sem cabelo, homens cabeludos

Para os homens, o padrão eram os cabelos longos e muitos deles já utilizavam perucas, uma tendência da época. Popularizada pela nobreza desde o século XVII, nesses tempos era desrespeitoso que um cavalheiro saísse às ruas com cabelos curtos e a falta de peruca era considerada uma ofensa em algumas classes.

Atualmente, o tratamento capilar veio para possibilitar novas formas de aderir a uma imagem que satisfaça pessoalmente cada indivíduo e, assim, sentir-se melhor com sua própria imagem. Ainda bem!